quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Nacional da Amazônia faz 32 anos e comemora destacando como vivem os povos da região

Brasília - O presidente da Fundação Nacional de Saúde, Danilo Forte, fala à Rádio Nacional da Amazônia sobre o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a Funasa

Brasília - A Rádio Nacional da Amazônia completa 32 anos hoje (1º) e no próximo sábado (5) é o Dia da Amazônia. Para comemorar as datas, a rádio organizou a série especial Viver na Amazônia, que será exibida durante a semana nas duas edições do Jornal da Amazônia. A primeira reportagem mostra como os amazônidas de cidades distantes acessam a internet.
Na maioria das vezes, o acesso é feito em lan houses, estabelecimentos onde há vários computadores, que prestam serviço ao público. A estudante Aurora Miranda Veras, de 39 anos, moradora de Gurupi, no Tocantins, faz pesquisas pela internet na lan house.
“Agora eu estou acabando minha pesquisa sobre uma escritora inglesa chamada Agatha Christie. Isso é pra minha aula de inglês, foi um trabalho que minha professora de inglês pediu. Para você acessar a internet, uma hora é um real, um real e meio, então tem pra todo mundo.
A estudante faz questão de reforçar que, embora a lan house da sua cidade já seja um ponto de encontro entre jovens e adultos, o local pode proporcionar outros serviços ao público além da diversão.Essa também é a opinião da Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital (Abcid). De acordo com a associação, as regiões Norte e Nordeste têm, proporcionalmente, mais lan houses e cyber cafés (lanchonetes que oferecem acesso à internet) do que as outras do Brasil. O presidente da Abcid, Mário Brandão, diz que no norte do país mais de 70% da população que usa a internet tem acesso à rede nas lan houses. Ele informa que já presenciou casos curiosos em comunidades bastante isoladas na Amazônia, como um ocorrido interior do estado do Acre.“É uma comunidade [à qual] você não tem acesso por estrada, você só chega lá de barco, a cidade não tem energia elétrica por fiação, mas, em uma margem do rio você tem uma lan house e na outra margem do rio você tem outra, basicamente acessadas por seringueiros e povos indígenas. As duas funcionam à base de gerador e com acesso via satélite".
Segundo Brandão, é grande a demanda da população por tecnologia. "É uma coisa que abre portas. As pessoas estão tendo acesso hoje, de maneira rápida e prática, à informação imediata, instantânea”. Para o presidente da Abcid, a lan house democratiza o acesso à informação. Por isso, ele acredita que a tendência é que o Poder Público use cada vez mais esse serviço em favor da população. Um exemplo disso é a cidade de Manaus, capital do Amazonas, onde a prefeitura fez uma parceria com 20 estabelecimentos, que foram equipados com máquinas de bilhetagem eletrônica para vender e carregar os cartões de meia passagem para estudantes. A chefe de Bilhetagem Eletrônica do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte de Manaus, Maria Lúcia Miguês, afirma que as lan houses estão prontas para receber o estudante e para vender os créditos de maneira rápida e prática. “E também desmitificar aquela imagem de que lan house é só diversão. A gente está usando [esses estabelecimentos] para um bem comum, uma prestação de serviço e quem sabe, para orientar na parte acadêmica, de trabalhos de escola, de faculdade... Hoje em dia, a tecnologia está na porta de casa e a gente tem que aderir a ela”. Vale lembrar que, para evitar o acesso a conteúdos pornográficos ou impróprios para menores, os donos das lan houses podem bloquear páginas da internet pelo seu endereço eletrônico ou por palavras. Essa restrição pode ser feita em cada computador ou na rede inteira. Hoje, não existe uma norma federal específica a repeito das lan houses, mas alguns estados já têm legislação própria sobre o tema. Essas leis tratam, entre outras coisas, da distância que os estabelecimentos devem manter das escolas, da restrição do seu uso por menores de idade e de normas de segurança, como instalação de câmeras filmadoras. Muitas delas se baseiam no Artigo 149 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que dá competência à autoridade judiciária para autorizar a entrada e a permanência de crianças ou adolescentes desacompanhados dos pais ou responsáveis em casa que explore comercialmente diversões eletrônicas.


Agência Brasil

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